Novo BLOG dos criadores dos 10 Pãezinhos. Muitas conversas e idéias sobre HQ, a arte e a vida.
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:: 31.10.04 ::

Andando atrás da história.

Ontem, caminhei pela Vila Madalena em busca de uma história. De vez em quando, é melhor sair andando do que ficar sentado tentando tirar toda a história de dentro da sua cabeça. No caminho, cruzei com antigas histórias.

Passei pela árvore que marca o climax de É Tarde para Café., aquela coisa imensa, imponente, mágica. Enquanto andava pela rua, olhando para cima, observando o leve efeito do vento, tive inveja dos galhos que se encontram na copa. Sorri mesmo assim.

Cruzei com a menina que inspirou a história Outras Palavras. Antes de qualquer palavra, ficamos alguns momentos nos observando em silêncio, cada um no seu canto, cada um no seu lugar. Hoje não procuro o meu lugar, já o encontrei. Aparentemente, ela também.

Voltei andando para o estúdio, ainda estava sem nenhum caderno de rascunho. Chegando lá, peguei o mais prático, o menor, que cabe no bolso e pode ser levado para qualquer lugar. Peguei o que foi levado, logo em início de função de caderno de rascunhos, ao Fun House para a preparação do Feliz Aniversário, Meu Amigo. Mãos segurando cigarros, garçonetes de um tempo que já passou, tatuagens e primeiras palavras. Está quase no fim, esse caderno. Deve durar apenas mais uma história.

Uma história que começou ontem, tímida, ainda sem muita direção, na qual é preciso sair andando para ver onde vai dar.
:: Fábio Moon 4:56 PM [+] ::

...
:: 29.10.04 ::
Li uma matéria sobre o projeto "Ilustradores da Pátria", exposição que aconteceu no Rio e que antecede o lançamento da HQ "A Carta". Na exposição, além das ilustrações do autor do projeto, Rodrigo Martins, as pessoas podiam ver ilustrações dos vários artistas convidados, entre eles o Bá.



O tema da exposição, assim como o pano de fundo da HQ, é a guerra do Paraguai. Vamos torcer para que a história saia logo.
:: Fábio Moon 3:52 PM [+] ::

...
:: 28.10.04 ::
Dança



O quadrinhista deve ser como o dançarino, deve ter atitude, confiança e iniciativa. O dançarino se levanta, atravessa o salão e tira a garota para dançar, não fica esperando que alguém o descubra, o convide, o conduza.

Você é o contador de histórias. Sua história só depende de você.
:: Fábio Moon 6:31 PM [+] ::

...
:: 26.10.04 ::
Mostrando a cara

É estranho como algumas coisas acontecem ao mesmo tempo. O livro novo será lançado em um mês, enquanto estamos produzindo uma pequena animação e dois curta-metragem. Ao mesmo tempo, estamos fazendo essa nova história para a revista Maquinações, além de Smoke and Guns que eu estou desenhando para os gringos e uma outra história que o Bá está para começar.

Além de tudo isso, há alguns meses atrás fomos contactados pelo pessoal do UOL sobre parcerias. Depois da última matéria na Ilustrada sobre quadrinhistas independentes, o contato foi retomado e o acordo foi feito. Resultado: estamos mudando nosso site.

Já que estamos mudando de localidade virtual - vamos para o UOL humor -, achamos legal dar uma mudada no visual, colocar desenhos novos, deixar tudo com cara de novo. A parceria com o UOL vai resultar em novas tiras, mais desenhos e muito mais informação sobre quadrinhos. Sendo colocados ao lado dos já parceiros Laerte, Angeli, Allan Siebber, entre outros, ficamos com mais vontade de explorar o nosso lado cômico, mesmo que seja o humor ácido e sem graça das nossas piadas. Alguém tem que fazer tira séria nesse país!

Logo mais avisamos a mudança oficial, assim como logo avisaremos sobre a data e local exatos do lançamento do novo livro. Tudo parece estar acontecendo ao mesmo tempo e, neste momento, a mudança está tão próxima que já vemos uma primeira imagem ao final da curva...



:: Fábio Moon 2:46 PM [+] ::

...
:: 24.10.04 ::

Um dia, será que acaba?



Para um quadrinhista, tudo depende dele. No meu caso, depende de mim e do Fábio, mas isso, por mais estranho que pareça, não reduz minha responsabilidade. Pelo contrário, só aumenta.

Eu já entendi, ao longo destes anos todos, que ninguém nunca irá compreender por que nós trabalhamos tanto, por que passamos madrugadas e finais de semana trancados desenhando, por que nós não paramos por duas horinhas pra tomar um chopp ou um café?? Hoje eu sei que ninguém vai entender isso. Mas, às vezes, nem eu entendo. Afinal, eu sou um pouco como as outras pessoas, como os outros humanos.

Hoje uma amiga me ligou querendo fazer alguma coisa e, como sempre, perguntou o que eu estava fazendo. Respondi trabalhando, pois é um termo simples que os humanos entendem. Ela, sendo minha amiga e conhecendo um pouquitito de nada os trabalhos que eu faço, perguntou se eram os desenhos pra revista Recreio. Segue o diálogo:

- Não, estou fazendo uma animação.
- Mas você faz animação?
- Não.
- Mas você está fazendo pra depois vender ou tentar veícular?
- Não.
- Mas, se você não vai vender, como você está fazendo?
- Ué, desenhando e fazendo.
- De graça?
- É, de graça.
- Mas, dá pra fazer de graça? Como você tá fazendo? Você tá desenhando tudo e depois vai tentar vender a idéia e terminar?
- Não, eu tô desenhando e um amigo vai animar.
- Como?
- De graça?
- Mas por que ele tá fazendo de graça?
- Por que ele queria fazer uma animação conosco.
- Mas, depois deste trabalho todo, você não vai ganhar nenhum dinheiro?
- Não, eu já faço um monte de outras coisas pra ganhar dinheiro. Esse é um projeto só pra gente. Mais uma história.

Aqui, minha amiga disse aquela pérola:

- Ah, então você não tá trabalhando. É hobby. Larga mão e vamos sair.


Como eu disse, eles nunca vão entender.

Agora, você deve estar se perguntando, "por que ele está fazendo uma animação se o que ele quer fazer da vida são Histórias em Quadrinhos?" Porque é a hora certa, no lugar certo, com as pessoas certas. Isso não significa que eu vou parar de fazer Quadrinhos, claro que não. Vocês bem sabem que vamos lançar um livro novo, CRÍTICA, dia 24 de Novembro. Nós acabamos de dizer que fomos convidados e aceitamos fazer uma HQ de 4 ou 5 páginas pra revista Maquinação, direcionada para o público universitário. Nós escrevemos dois curta-metragens, um pro festival do minuto, e estamos editando e finalizando os dois. Claro que eu podia não fazer nada disso. Claro que esta animação vai tomar todos meus dias do próximo mês, minha noites, minhas madrugadas, tempo que eu poderia passar com meus amigos ou aceitar convites para um chopp ou um café.

Mas aí eu seria como todos os outros. Eu quero que todas essas coisas fiquem prontas. Você não? Então eu preciso voltar a desenhar.
:: Bá 9:15 PM [+] ::

...
:: 22.10.04 ::
A sexta história.

"Vamos marcar sexta, às dez e meia, pra ninguém se atrasar", disse o Bá, antes de desligar o telefone. Estava falando com uma garota (não sabia a idade na hora, podia ser uma velha, uma senhora catatônica que está lá, guardada ainda nos porões do prédio da antiga reitoria) sobre uma nova revista que a Edusp está lançando.

Sexta, então, pontualmente às dez (milagres acontecem), eu e o Bá fomos conhecer esse novo projeto de revista, essa iniciativa de pessoas que não querem que as coisas continuem como estão e decidiram fazer alguma coisa diferente. Simpatizamos logo de cara com a idéia: uma revista que buscasse ampliar o interesse de jovens, primeiramente (ou principalmente) universitários, sobre várias áreas de conhecimenho além das quais eles já estão seguindo, buscando aumentar a integração entre pessoas das mais diferentes áreas, das mais diferentes universidades e das mais variadas partes do Brasil. O primeiro número, que sai agora (deveria sair da gráfica hoje, mas você sabe como é, atrasou), já conta com uma história em quadrinhos (mesmo que somente de uma página) do Marcelo Gaú (Quintanilha para os intelectuais ou espanhois). O segundo, ao que tudo indica, terá uma nossa. De pelo menos quatro páginas. COLORIDA (assim, em letras capitais, para chamar a atenção dos fãs).

Então é isso. Muita gente comprou a revista Wizard pra ver a nossa história de sete páginas. Logo, vão poder comprar outra revista pra ler outra história. O bom é que a revista vai custar apenas R$ 5,00, com papel couché (é assim?), toda colorida.

Faltou alguma coisa? Ah, o nome da revista.

Maquinação.
:: Fábio Moon 4:51 PM [+] ::

...
:: 20.10.04 ::
Hoje tem o lançamento do Tarja Preta número 3 lá no Fun House(Rua Bela Cintra, 567), a partir das 23hs. Esta é uma imagem do lançamento na semana passa no Rio, mas tá valendo.


:: Bá 12:22 PM [+] ::

...
:: 19.10.04 ::
Madrugada chuvosa.

Duas e meia da madrugada sempre traz surpresas. Principalmente se você estava dormindo e, então, acorda no meio da chuva.

Estava sonhando com chuva. Lá estava eu, na praia, com chuva que não parava e uma cadeira postada lá, no meu da areia.

Agora que eu acordei, só falta ir para a praia.

Então eu vou.

Volto amanhã.

e agora, eu estou de volta.

Já não chove mais, embora eu ache que ela ainda volta. São três e vinte da tarde e eu já fui e voltei da praia. Lá estava lindo, mesmo com chuva (garoa, na verdade). Areia lisa, horizonte tranquilo, praia vazia. Não fosse pela nossa presença, não haveria uma viva alma na praia no periodo em que estivemos lá.

Hoje foi o segundo dia de gravação do primeiro curta dessa nova fase da minha vida com o cinema. Tudo correu, na medida do possível, dentro do esperado. Achei, inclusive, que o clima contribui para uma atmosfera mais contemplativa, mais serena, nos distanciando de uma estética de comercial de cerveja que eu tanto temia nessa cena na praia.

O mar estava, como sempre, uma delícia. Como um batismo de final das gravações, entramos todos na água gelada, na manhã fria que começava antes mesmo de qualquer um acordar.

Agora, estou de volta.

Os quadrinhos me esperam.
:: Fábio Moon 1:33 AM [+] ::

...
:: 11.10.04 ::
Mudanças



Quando uma mudança é boa? Que não é sempre, isso eu sei. Entretanto, ainda me preocupo com o diferente, mesmo que ele seja bom.

Uma grande mudança vem aí. Para melhor, tenho certeza, mas ainda assim estou receoso. Vocês, leitores e curiosos, vão gostar, pois vem de encontro às suas mais fervorosas demandas. Para nós, tudo o que significa é mais trabalho, mais tempo colocado na janela da observação, mais vida transformada em processo e, assim, em história.

Está tão perto.
:: Fábio Moon 11:24 PM [+] ::

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:: 8.10.04 ::
Sonhos.

Sempre sonho comigo mesmo. Raramente sonho que sou outra pessoa, fazendo coisas diferentes das que eu faço. Claro, eu não tenho nenhum super poder, nem enfrento gangues armadas até os dentres numa perseguição de carros, como já sonhei algumas vezes, mas sempre tenho a impressão de que a pessoa que eu sou no sonho poderia ser eu mesmo, na vida real.

Histórias em que você usa a si próprio como personagem são como esses sonhos. Às vezes, elas são super parecidas com o que aconteceu de verdade. Outras vezes, alguma coisa está diferente. Pode ser um detalhe, uma pessoa, duas que se uniram ou uma que se tornou várias. Como em sonhos, você não precisa criar uma história em que tudo acontece do jeito que você quer, onde tudo dá certo e todos os finais são felizes. Alguns sonhos vão criando situações que você nem imaginava e, do mesmo modo, situações inusitadas podem ser colocadas em histórias auto-biográficas. Para que pareça sonho? Não. Para que pareça algo de verdade.

A realidade e a verdade, duas forças em si só, são tão estranhas que, quando postas no papel, criam essa sensação de ficção, de faz-de-conta, de sonho.

Estaremos nós sendo sonhados, tão real - e estranha - é a nossa vida?
:: Fábio Moon 8:27 PM [+] ::

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:: 6.10.04 ::
Mais do que apenas um modo de olhar.


Como você traduz o mundo? Como você mostra qual a sua visão de algo que todo mundo vê, mas talvez não enxergue? Quais são as palavras que dizem mais do que somente o que significam?

O trabalho do artista é o de interpretar o mundo. À sua maneira, ele é um documentarista, um historiador de comportamentos, de sentimentos, de imagens que, usadas com a mesma poesia e lirismo que as palavras, pode criar significados que tocam outras pessoas. Se as histórias que conta ele inventa, não importa, pois mesmo o real é sempre visto por diferentes pessoas de diferentes formas, pois cada um vê o mundo influenciado por diferentes emoções e estados de espírito. O que, então, é a mais fiel tradução do real, além da busca de retratar justamente as emoções, os sentimentos e esses estados de espírito? Ao buscar uma história que fale de sentimentos, todo personagem se torna você, tudo o que ele faz você já fez (ou já pensou em fazer), tudo o que ele sofre, e vive, você já viveu. Parece tão real, tão sincero, que você pensa que poderia ter acontecido de verdade.

E, de uma certa forma, acontece.
:: Fábio Moon 3:29 PM [+] ::

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:: 4.10.04 ::
Espalhe esse medo.



Aqui está! Clique já! Essa é uma versão em quicktime da animação que ajudamos a produzir para a abertura do programa Gravity Games. E não deixe também de visitar o site do Guilherme, o animador responsável por esse trabalho, assim como por outros igualmente legais.

O programa foi ao ar nos Estados Unidos, era uma espécie de "X-Games". Esportes radicais, essas coisas. Além da abertura com os três atletas, foram feitas vinhetas individuais para cada um deles, e participamos das vinhetas do Dave Mirra (atleta de bike) e do Sandro Dias (brasileiro bi-campeão mundial de skate vertical).

Para quem fica por aqui e perdeu as vinhetas na TV (assim como nós), fica a esperança de futuros trabalhos com a Lobo Filmes, quem sabe mais na linha dos nossos quadrinhos.


:: Fábio Moon 10:55 AM [+] ::

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:: 1.10.04 ::
Outro Outubro


De repente, tudo na sua vida faz sentido. Todo o esforço de antes reflete nas conquistas de hoje, conquistas essas que apontam para os sonhos de amanhã. Nesse momento, a vida parece maior do que é, você parece mais capaz de atingir os outros, de conquistar seu espaço, de fazer a diferença.

Por que fazer diferença? Por que essa obsessão por trilhar um caminho mais difícil, mais longo, onde o resultado pode, se chegar, vir muito depois de você não estar mais por aqui?

O novo livro está lindo. Diferente de todos os outros livros e, ainda assim, carregado da mesma sintonia dos antigos trabalhos. Acho que, quando lido, ficará claro que esse é mais um 10 Pãezinhos, embora eu também acredite que nele a história, ou as histórias, trazem uma maturidade de tema - e de traço - que o distingue entre nossos outros lançamentos. Com várias histórias que apontam para várias direções, para várias possíveis situações, criamos um cenário mais amplo do universo em que nossos ideais estão sendo discutidos.

Um novo mês começa. Outro mês de muito trabalho, muitas noites viradas e muitos amigos para ver. Novos amigos se desenvolvem, sempre, da nossa vontade de contar histórias, pois nas histórias somos levados a lugares distantes, diferentes, onde conhecemos pessoas que, de um jeito ou de outro, carregamos conosco para o resto da vida. Para até depois, se as pessoas habitarem também as nossas histórias.

Bom Outubro para vocês.
:: Fábio Moon 10:42 PM [+] ::

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